Aprender a planar
Era uma dia normal, como todos os outros, apanhei o autocarro nº92-circulação Bairro Alto, ali no Cais do Sodré. O autocarro pos-se em movimento, começou a acelarar feito parvo e passado uns momentos breves consegui o que eu nunca pensei conseguir na vida sem qualquer ajuda técnica: o mais próximo de voar, que é como quem diz, PLANAR! Houve um momento, que durou exactamente 4 segundos e meio, em que eu e mais três velhos planamos, depois do autocarro passar por um buraco, mais precisamente, por uma cratera. Resultado: eu bati com o nariz na ombreira da janela, o velho do lado direito largou dois sacos com batatas e cebolas, o velho de trás parecia que estava num daqueles bois de rodeo, aguentou-se agarrado ao varão da minha cadeira e depois começou a tossir violentamente para cima de mim, e o último velho, foi a dizer palavrões o resto da viagem.
Ao jovem Sr. condutor do autocarro nº92-circulação Bairro Alto, o nosso sincero obrigado!
10 Comments:
At quinta-feira, 02 março, 2006, el_olive said…
e este post salvou o meu dia ...
At quinta-feira, 02 março, 2006, Mike Monteiro said…
Genial, eu acho que me ria o percurso todo! Adoro esses episódios de vida urbana.
At sexta-feira, 03 março, 2006, Morning_Theft said…
Mt bom...
At sexta-feira, 03 março, 2006, Anónimo said…
E há lá outra maneira de conduzir sem ser a voar baixinho?
At sexta-feira, 03 março, 2006, el_olive said…
nunca mais entro no teu carro bu
At sexta-feira, 03 março, 2006, Ryder said…
Uma vez, ainda antes da Expo 98, num autocarro, penso que o 44, a percorrer a Av. Infante D. Henrique (em obras de preparação para o dito evento), também consegui planar. Na altura era um daqueles maravilhosos autocarros vulgarmente conhecidos como "lagarta" e eu ia na parte final, pelo que foi um momento para recordar.
At sexta-feira, 03 março, 2006, LuMa said…
Voces não percebem o drama... Eu amassei o nariz todo contra a janela, houve batatas e cebolas espalhadas ao deus dará por todo o autocarro e o velho de trás talvez nunca mais ouse sair de casa...
At sexta-feira, 03 março, 2006, NAM said…
Ah, os transportes públicos...
Que saudades eu tenho da camioneta que fazia Amadora Alfragide. Aquelas curvas e buracos transformavam-me a mim e aos meus colegas em surfistas urbanos.
E aqueles condutores?! Que compinchas. A última parte do percurso era feita quase exclusivamente para nós alunos do 9º ano (a última paragem era a da escola). Os condutores sabiam disso e gostavam. Era como se de repente tivessem carta branca. Transformavam-se em Fitipaldis e corriam por aquelas estradas como se o campeonato depende-se disso.
Boas recordações.
Obrigado Luma. :*
At sábado, 04 março, 2006, JAP said…
Transportes públicos? Kooorrrrrrrrooorrrrrrrrrrrr!! (msg pessoal pró NAM, eu não escrevo com Ks mas esta palavra é tão linda que devia estar nos dicionários portugueses, principalmente no Lelo, Korror)
A melhor recordação que tenho de TP, é sem duvida aquela que todos aqueles que apanhavam o autocarro da TST, Praça de Espanha --> Costa da Caparica. Em tempos de Verão ninguem tocava na campainha para sair na via-rápida, todos nós pensavamos (balãozinho de pensamento) "E se ninguem tocasse e só parássemos na Costa? Assim tinha uma desculpa para ir prá praia!!" É obvio que havia sempre um velhote que carregava...
At segunda-feira, 06 março, 2006, Nilson Barcelli said…
A descrição é cómica mas, na altura...
Blogue interessante, parabéns.
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